Tratamentos

Hemorroida é uma doença muito comum e que pode atrapalhar a qualidade de vida do paciente. Quando ele apresenta um hábito intestinal regular e ainda assim apresenta sintomas frequentes tais como inchaço, caroço no ânus, prolapso, dor, sangramento e coceira, então é necessário instituir algum tipo de tratamento mais definitivo.

Atualmente, temos opções menos invasivas e menos dolorosas, que permitem com que o paciente retorne às suas atividades precocemente.

Dentre elas, a realização da ligadura elástica e o uso do laser de CO2 promovem uma recuperação mais rápida e excelentes resultados no tratamento de hemorroidas.

O plicoma anal é um excesso de pele ao redor do ânus. Apesar de benigno, pode incomodar o paciente para se higienizar, bem como ao uso de roupas íntimas e de banho, durante a relação sexual e, não menos importante, esteticamente.

Seu tratamento é simples, pode ser realizado em consultório médico com anestesia local e laser de CO2, o qual promove uma melhor cicatrização com um resultado estético desejável. Essa tecnologia permite o retorno precoce às atividades, promove o estímulo de colágeno e menos dor no pós-operatório.

O cisto pilonidal é uma inflamação que ocorre na região de transição entre o sacro e cóccix devido a persistência de uma abertura na pele chamada sinus, a qual promove a entrada de pelos na região junto de bactérias que compõe a microbiota da pele, causando uma infecção interna, embaixo da pele. O paciente pode sentir dor e inchaço na região, notar vermelhidão e saída de secreção amarelada e mal cheirosa (pus). O tratamento é inicialmente realizado com drenagem local e uso de antibióticos para combater a infecção. Em seguida, realiza-se a cirurgia definitiva para retirada do cisto pilonidal.

Atualmente, sempre que possível, utilizamos o laser de Diiodo para que o paciente não fique com uma ferida aberta que demora meses para cicatrizar como na cirurgia convencional. Dessa forma, ele consegue retornar mais precocemente à sua rotina, com uma recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório.

A fístula anorretal é um diagnóstico muito comum, especialmente entre homens. Geralmente ela se forma após um abscesso anorretal/perianal, que nada mais é que uma infecção da região anal com formação de uma coleção de pus. Na tentativa de drenar essa secreção, o corpo faz um caminho anormal entre o reto e o ânus, com desenvolvimento da fístula anorretal.

Outra causa comum de fístula anorretal é a Doença de Crohn em atividade, que sempre deve ser investigada.

Após a formação da fístula, a cirurgia é imprescindível para seu tratamento. A técnica a ser utilizada irá depender da sua complexidade, sendo que o laser de Diiodo é uma opção no tratamento de fístulas mais simples e que acometecem o músculo do esfíncter anal, bem como o uso de terapias minimamente invasivas como o VAAFT (Video Assisted Anal Fistula Treatment) nas fístulas anorretais mais complexas.

A fissura anal está muito relacionada ao hábito intestinal do paciente, sendo muito comum ocorrer após um episódio agudo de constipação ou diarreia. Por ser muito dolorosa, o paciente evolui com dificuldade de evacuar, dificultando a sua cicatrização.

Os sintomas mais comuns são dor, sangramento vermelho-vivo, aparecimento de uma pequena nodulação no ânus e coceira local.

Existem diversos tipos de tratamento para fissura anal a depender do seu tempo de acometimento, localização e complexidade. Mas antes de mais nada, a regularização do hábito intestinal se faz imprescindível.

O uso da toxina botulínica (Botox) tem excelentes resultados e pode ser feito no próprio consultório, assim como o laser de infravermelho para alívio da dor.

Quando ainda assim o paciente não tem cicatrização completa da fissura, então a cirurgia acaba sendo a melhor opção de tratamento, podendo-se utilizar a tecnologia do laser.

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível e que está muito presente na população, uma vez que o uso do preservativo não é 100% eficaz na sua prevenção devido ao contato pele a pele durante o intercurso sexual.

É importante realizar a vacinação nonovalente contra os 9 diferentes subtipos de HPV, mesmo após infectado, como forma de prevenção de desenvolvimento de câncer de canal anal.

O tratamento pode ser realizado em consultório através da cauterização química com ácidos bem como com a eletrocauterização com laser de CO2. Porém, quando há acometimento da região interna, então o paciente precisa ser tratado em centro cirúrgico.

A cirurgia é de pequeno porte, média de duração de internação é de um dia e a recuperação irá depender da extensão da doença. Porém, no geral, é rápida e com um retorno precoce às atividades diárias.

O prolapso retal é muito comum em indivíduos a partir dos 60 anos de idades, principalmente em mulheres que já engravidaram e que tiveram parto vaginal. A obesidade, tosse crônica e constipação intestinal crônica também são fatores de risco comuns para a queda da mucosa do reto, com exteriorização da mesma.

Uma vez que é uma alteração anatômica, seu tratamento é cirúrgico. No entanto, é muito importante a devida correção do hábito intestinal e comportamental do paciente, assim como o fortalecimento dessa musculatura pélvica com fisioterapia direcionada com biofeedback, antes e após a cirurgia.

A cirurgia pode ser realizada tanto através de técnicas modernas com grampeamento, bem como através de videolaparoscopia com colocação de tela para casos mais complexos.

A gastrite e a doença do refluxo gastroesofágico geralmente ocorrem por mais de uma causa e cursam com dor/queimação na boca do estômago, aperto atrás do peito, sensação de bola na garganta, má digestão, distensão abdominal, aumento dos arrotos, mal hálito, entre outros sintomas.

Sabe-se que estresse e ansiedade, consumo de bebidas alcoólicas e gaseificadas e de alimentos gordurosos, bem como o cigarro são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desses sintomas.

Além dessa investigação, é necessário considerar possíveis intolerâncias alimentares (sendo à lactose a mais comum), disbiose intestinal (desequilíbrio da microbiota), infecções gastrointestinais e uso de medicamentos que possam contribuir para piora ou manutenção dos sintomas.

Se mesmo após a investigação e a correção de hábitos alimentares e comportamentais o paciente mantiver sintomas, então faz-se necessária a investigação de alterações anatômicas como hérnia de hiato e hipotonia do esfíncter inferior do esôfago, os quais podem ser tratados tanto de forma medicamentosa como cirúrgica.

O sobrepeso e a obesidade são doenças crônicas e sistêmicas, sendo muito frequente queixas de alterações gastrointestinais nesses pacientes. No entanto, muito mais que investigar e tratar a consequência, é meu papel como médica, coloproctologista e nutróloga, tratar a base para que o paciente tenha melhora completa não apenas dos sintomas que o trouxeram para consulta, mas também para que ganhe qualidade de vida, saúde e longevidade.

Quantas vezes você já não tratou gastrite e refluxo gastroesofágico com medicações e após o término do tratamento teve recorrência dos sintomas?

E foi através da minha experiência no tratamento de distúrbios gastrointestinais que entendi a importância em tratar a obesidade para resultados duradouros. Dessa forma, utilizo a nutrologia como aliada, entendendo que o paciente é muito mais que sintomas e que ele não escolhe ter sobrepeso/obesidade. Ele necessita de orientação contínua nos âmbitos de planejamento alimentar, suplementação, orientação de exercícios físicos, acolhimento de suas dores e tratamento de distúrbios psicológicos que podem afetar diretamente o ganho de peso. A utilização de medicações antiobesidade como Ozempic, Wegovy, Monjaro, Contrave, entre outros podem auxiliar no emagrecimento e manutenção da perda de peso, muitas vezes sendo uma opção eficaz antes da cirurgia bariátrica.

A queixa de dor abdominal associado a má digestão, distensão abdominal, aumento dos gases e alteração do hábito intestinal, tais como diarreia e/ou constipação, são as mais comuns no meu consultório.

Uma vez que o espectro de possibilidades diagnósticas é muito amplo, é necessária uma conversa minuciosa desde os sintomas e sua cronologia, os hábitos alimentares do paciente, possíveis alterações hormonais e de sono, seu estado emocional, presença de alergias, uso contínuo ou recente de medicamentos e histórico familiar.

Devemos pensar em possíveis infecções, intolerâncias alimentares, disbiose intestinal, doença inflamatória intestinal, doença celíaca, entre outros.

Para isso, utilizo de diversos exames para a devida investigação, assim como recomendo um plano alimentar individualizado, oriento mudança de hábitos comportamentais e auxílio com medicações e suplementações para o devido diagnóstico e tratamento do paciente.

A endometriose acomete mulheres em idade fértil e é uma importante causa de infertilidade e dor abdominal crônica incapacitante, com piora importante da qualidade de vida, afetando a saúde mental da paciente.

O tratamento e seguimento são realizados principalmente com o médico ginecologista. No entanto, quando a endometriose é profunda e acomete o intestino, mais comumente o retossigmoide e o apêndice cecal, então a paciente tem indicação de cirurgia e a presença do coloproctologista é fundamental para erradicação desses focos de endometriose.

Hérnias nas regiões do umbigo (umbilical) e das virilhas (inguinal) são muito frequentes, principalmente em homens, devido a pontos de maior fraqueza da musculatura abdominal nessas regiões. Por isso, ela também pode ocorrer em pacientes que foram submetidos a cirurgias abdominais prévias, sendo chamadas de hérnias incisionais.

Por ser um defeito anatômico e com risco de obstrução intestinal, é necessária a cirurgia para sua correção.

Atualmente, ela é feita por videolaparoscopia ou por cirurgia robótica e auxílio de telas, promovendo uma recuperação mais rápida, menor índice de recidiva e um resultado estético mais satisfatório.

A vesícula biliar é responsável pelo armazenamento de bile produzida pelo fígado, a qual é escoada para o intestino para digestão, principalmente, de gorduras.

Não é raro o achado de pedras ou pólipos na vesícula biliar em exames de rotina de ultrassonografia de abdome total.

Mesmo quando o paciente não apresenta sintomas e tem cálculos, a cirurgia deve ser considerada devido ao risco de complicações mais graves como pancreatite aguda, colecistite (inflamação da vesícula biliar) e colangite (inflamação das vias biliares).

Já na presença de pólipos, esses podem ser acompanhados por ultrassonografia semestral ou anual e, caso haja alguma alteração em número ou tamanho, então indica-se a cirurgia.

A cirurgia é realizada por videolaparoscopia, tem duração de até 1 hora e o paciente recebe alta no mesmo dia da internação, na maioria dos casos. A recuperação é rápida, assim como o retorno às atividades, porém deve-se atentar a uma dieta baixa em teor de gorduras devido ao risco de diarreia.

O câncer colorretal é o segundo mais frequente entre homens e mulheres em todo o mundo. Por isso, a partir dos 45 anos de idade, inicia-se o rastreamento de pólipos intestinais, que são as lesões precursoras de câncer, através do exame de colonoscopia. A vantagem desse exame é que ele não só identifica, como trata esses pólipos, prevenindo o desenvolvimento do câncer.

Apesar de ser um exame invasivo e com necessidade de preparo intestinal, ele não é feito anualmente, salvo exceções. Caso o resultado seja normal, é um exame que é realizado a cada 5 anos.

Porém, uma vez identificado câncer de intestino, é preciso tratá-lo, lembrando que a chance de cura pode chegar em 90% nos casos iniciais.

O tipo de tratamento irá depender da localização e do tamanho da doença, bem como das condições clínicas do doente. Ele pode necessitar de quimio e radioterapia, mas a cirurgia é o tratamento mais eficaz na sua irradicação e ela pode ser feita tanto por videolaparoscopia como por robô.

O exame de anuscopia é realizado em consultório médico, com o paciente acordado e não é preciso de preparo retal.

Apesar de desconfortável, o exame é rápido e indolor.

Nele, podemos identificar a presença de hemorroidas, fissura e fístula anal, abscesso perianal, inflamações locais, HPV, pólipos e câncer de canal anal.

É um exame complementar à colonoscopia, ou seja, não pode ser substituído por ela, uma vez que é o único exame que avalia o canal anal de forma adequada.

Estou sempre à disposição para fazer o melhor atendimento.